Crónicas em duas rodas - 12º Portugal de Lés-a-Lés, 2010
E já se passou mais um Portugal de Lés-a-Lés, o 12º, que entre Faro, Sintra e Porto contou com cerca de 1200 motas e muitas aventuras.
Pois deixo-vos aqui a nossa...
Começou tudo bem antes da data prevista, pois uma viagem não se resume a montar a mota e enrolar punho. A logística da viagem fica a cargo da organização, mas há ainda muito que fazer antes de uma aventura destas. Desde o meu primeiro Lés-a-Lés, o 10º (Bragança, Coimbra, Sagres em 2008) que o bichinho nunca mais me largou e, como eu costumo dizer, nós saímos de lá com a cabeça já no do próximo ano.
"Onde será?! Quem mais irá comigo? Vou encontrar as mesmas pessoas? Vou conseguir superar as metas que alcancei este ano?" - e de repente quando damos por nós estamos completamente embriagados por esse veneno que é o mototurismo!!!
Foi com esta obsessão bem presente que o Nuno me conheceu e cedo começou a ficar consumido pela vontade de experimentar. Mas havia um grande obstáculo: não ter mota para o fazer.
Certo...há quem faça o Lés-a-Lés com motas de estrada (a cada ano que passa se vêem menos, verdade seja dita), mas a estima que ele tem pela sua linda Kawasaki ZX12R não permitiu sequer colocar a hipótese. E foi aí que tudo começou: a busca por uma mota mais versátil, que desse tanto para estrada como para terra. Daí ter encontrado e comprado a Super Teneré.
Da minha parte já estava servida - a Baby Blue, CB500, não é a melhor mota para off-road, mas como "máquina de guerra" que é, já tinha levado com dois LaL em cima e eu não tinha duvida que iria sobreviver ao terceiro!
Depois de certificar-nos que temos mota para participar, uma parte importante e que o ideal é fazer cedo, é procurar estadia nos locais onde vão começar e terminar as etapas. Este era “aquele” LaL que não podíamos mesmo falhar, pois até essa parte estava facilitada por conseguirmos ficar em casas de familiares (e na nossa), poupando aquela que costuma ser a fatia mais alargada do orçamento destes passeios.
Começa então a preparação do material mais secundário. O Nuno construiu dois leitores de roadbook (eu nos anos anteriores não tinha usado), procurámos protecções boas, baratas, confortáveis; pensámos em três biliões de coisas que podíamos fazer, levar e arranjar e que ficaram sempre para depois e nunca se chegaram a concretizar. A bagagem era ridiculamente reduzida em relação aos meus anos anteriores, devido à passagem por Sintra que nos permitia pernoitar em casa e que poupou muito desse peso extra.
Chegada a noite da partida para Faro, como sempre, atrasámo-nos bastante com imprevistos de ultima hora - desde o meu roadbook não se encaixar no suporte e ter de se alargar a adaptação, até ao espelho da CB se soltar mesmo à porta da garagem. O que vale é que não tínhamos ninguém à nossa espera e pudemos estar mais a vontade. Com tudo finalmente a postos, lá partimos para os cerca de 300 km de auto-estrada que tínhamos pela frente.
Tudo correu bem e estávamos tão à vontade que na manhã seguinte até pudemos ir até à praia. Mas como tudo é medido ao segundo na programação do L-a-L, à hora combinada encontrámo-nos com o resto do pessoal que nos ia acompanhar. Estavam então formadas as três equipas:
360 A - Gustavo e Sónia com a BMW GS 1200
361 A – Paula com a Yamaha TDM 850
(a 2ª equipa unicamente feminina e única composta por mãe e filha)
362 A – Gonçalo e Rita com a BMW GS 1200
O Gonçalo e a Rita apenas conhecemos quando chegámos ao recinto da organização, pois tratou-se de um daqueles arranjos de procura de parceiro de equipa, que fizemos através do fórum BMW CKLT (ao qual eu, o Gustavo e a minha mãe pertencemos). Este é outro pormenor fantástico desta aventura...perante a falta de parceiro de equipa, fazemos por arranjar um e, a partir daí, passamos a conhecer uma outra pessoa (ou duas como foi o caso) que de um momento para o outro parece que já conhecemos à anos.
E quem fala dos parceiro de equipa “surpresa”, não deixa de fora todas as outras pessoas com quem vamos contactando ao longo dos três dias, desde o Staff, àqueles que nos ajudam com problemas técnicos, ou aos que ajudamos quando há pequenos azares, ou até aos que brincam connosco nas filas das refeições ou nos postos de controlo.
Do inicio ao fim estamos rodeados por uma áurea de boa disposição e de empatia por qualquer um que esteja ao nosso lado. Afinal estamos todos ali por um motivo muito forte, uma paixão comum que move massas por quilómetros e quilómetros e que é dificilmente compreendida por “outsiders”: a paixão pelas duas rodas.
Grupo reunido e apresentações feitas, lá nos dirigimos à zona das inscrições e recepção de material.
Outro momento particularmente engraçado enquanto aguardávamos veio a comprovar, mais uma vez, a minha tão badalada frase: “O mundo é uma ervilha”. Não sendo já segredo nenhum que a minha equipa é muito especial por ser a única composta por mãe e filha, é com orgulho que falamos nisso por diversas vezes.
E foi numa dessas vezes que um senhor que estava atrás de nós, pedindo desculpa por se estar a meter na conversa, pediu a confirmação do que lhe parecera acabar de ouvir. “São vocês a equipa de mãe e filha? Então devem conhecer a Mena, de Abrantes, pois ela falou-me de vocês. Uma de vós não toca na banda dela?” e meio aparvalhada lá respondi “Ah, pois claro que conheço, sou a teclista dos Incoming Chaos, ela é a nossa vocalista!” Bem, e perante isto lá fico eu de novo vidrada e maravilhada com a ideia da gigante rede de relações que nos une a todos.
Continuando o percurso da inscrição entre gozos, piadas e brincadeiras, voltámos a ver as caras conhecidas dos anos anteriores e que sempre dão um prazer enorme rever. Chega a hora das Verificações Técnicas.
O Prólogo, este de 52 km, estava carregado de uma certa expectativa, pois sendo o primeiro contacto com o 12º Lés-a-Lés (e o primeiro Lés-a-Lés definitivo da equipa 362), esperávamos saborear e mostrar aos “novatos” um pouco de tudo o que o L-a-L tem para oferecer. Mas soube-nos a muito pouco, talvez por estarmos mal habituados. É que os anteriores tiveram o seu começo no Norte, cuja paisagem é muito mais rica e versátil que aquela fraca oferta Farense. Valemo-nos das valentes tostas da ilha de Faro que fomos comer após terminado este pequeno percurso, e assim já valeu a pena.
De regresso ao recinto da organização encontrámo-nos com mais algumas caras conhecidas. Primeiro o filas e o Pedro Morais, do Forum FZ, e depois mais alguns malucos do Forum BMW CKLT (Rui Baltazar, Roger Shark, Bip, e outros). Para terminar este primeiro dia em grande foi-nos oferecida a mais famosa refeição do 12º L-a-L, da qual nunca mais se iria parar de falar (e a qual já vi circular entre alguns participantes que têm Facebook, as receitas originais) – o “grandioso” repasto que é a Jardineira!!! Devo apenas acrescentar: benditas tostas que em tão boa hora comemos, senão tinha passado cá uma fome…!
Chegados a casa, perderam-se algumas horas de sono com os preparativos para o derradeiro começo da viagem. Os roadbooks, que são entregues em 3 conjuntos de folhas A5 (Prólogo, 1ª Etapa e 2ª Etapa), têm de ser colados, folha a folha e depois enrolados nos leitores – é uma tarefa delicada e que exige uma certa paciência, principalmente quando estamos ali mesmo ao lado da cama e o que mais nos apetece é dormir. Mas é uma tarefa árdua e alguém tem que a fazer! A mim não custou assim tanto, pois a perspectiva de ir fazer finalmente um L-a-L com navegação (ou pelo menos acompanhando-a), encheu-me de coragem para passar mais uma ou duas horinhas a pé. Foi também preciosa a ajuda do Nuno e, como em equipa tudo se consegue, trabalhámos em conjunto para um resultado que se diria quase perfeito! (mal eu sabia como se iria tornar num trabalho desperdiçado…)
A manhã chegou mais cedo do que nos apetecia e isso valeu-me uma valente má disposição que me ia expulsando do estômago o pouco que comi – uma mariquice que passou rápido pois assim que chegámos ao palanque outra vez já me sentia mais viva que nunca.
A jornada iniciou-se e juntamente com ela iniciei eu uma autêntica luta por compreender a quantas andava nas figuras hieroglíficas do roadbook, elaboradamente desenhadas por um qualquer jeitoso das artes visuais pertencente à organização. Foram para aí 80Km “inteirinhos” dessa batalha que, orgulhosamente….não e levou a lado nenhum! Sim, porque aquilo não passava de uma diversão, porque orientar orientava-me pelo Gustavo, o eterno cabecilha dos Los Bomba (nome dado ao nosso pequeno grupo pelo Sérgio, um Hadock (que é outro grupinho), também ele membro do CKLT).
Passados os acima referidos 80km, eis que chega o primeiro grande desafio do 12º L-a-L – é também aqui que me vem à cabeça um momento dessa manhã. Foi quando subi ao palanque com a minha mãe que o Ernesto nos disse algo em relação à primeira Serra…algo como: “Aconselho-vos a apanharem a Nacional e irem à volta, pois estas partes de terra que antes estavam muito bons e muito direitinhos, ficaram todos remexidos e estragados pelo Rali de Portugal e agora estão um pouco difíceis.” E ali estávamos nós, com essa informação a passar-nos completamente ao lado, enquanto a interpretávamos como um gesto simpático e aparentemente super-protector do nosso querido Ernesto. Como nos enganávamos!
Entrámos pelo estradão e durante dois ou três quilómetros a coisa correu muito bem – até que começámos a aproximar-nos dos locais por onde deve ter passado a maior adrenalina dos enlatados de quatro rodas sobre a terra. O percurso apresentava regos maiores mas o que dificultou mais foi a terra, que mais parecia areia da praia, de tão remexida que estava. Foi numa descida mais acentuada que a fórmula “condições do terreno + mota pouco apropriada+azelhice e pouca experiencia da maçarica que sou eu” deu o resultado mais estrambólico.
Vendo a cena toda em retrospectiva só me dá vontade de rir: na descida atrapalhei-me e travei (sem saber que não o devia fazer) com a roda da frente; a mota resvalou, dançou um pouco, e lá caímos as duas, Baby Blue e Baby Vera, a centímetros de levar com a TDM do Guilherme em cima. O Nuno parou com toda a segurança e ajudou-me a levantar a mota; meto-me em cima dela, ligo-a e nem dez segundos depois vou parar outra vez ao meio do chão. Pois agora só me faz lembrar os bêbados que caem e levantam-se, voltam a tropeçar e levantam-se outra vez, e assim por diante, pois inacreditavelmente eu ainda fui com a mota ao chão a terceira vez! No fundo, no fundo, caí três vezes num espaço de três metros! Que vergonha! Sou tão azelha! Não tenho jeito nenhum para isto! Só me apetece cavar um buraco e enfiar-me lá dentro!
Já enervada viro costas à mota enquanto já a minha mãe, com toda a sua experiencia, pegava nela para me ajudar a passar aqueles metros seguintes e… inesperadamente cai ela também, exactamente do mesmo modo! Eu nem podia acreditar! Obviamente que não me quero valer do que lhe aconteceu, mas pelo contrário, fiquei mais conformada por compreender que talvez não fosse tanta azelhice minha, mas sim o terreno que estava mesmo complicado.
Para terminar em beleza, a descida desembocava no rio que, apesar de ser apenas um riachozinho inofensivo, perante tanto azar mais me parecia um autentico rápido vindo das cataratas do Niágara. Já tinha visto fazerem aquelas passagens, não podia ser assim tão complicado, mas pelo sim pelo não, pedi umas dicas ao pessoal que lá estava: “Metes primeira e não tiras mais; velocidade constante e já está no outro lado”. E assim fiz – em menos de nada tinha passado aquele terrível obstáculo que era um rio com um palmo de profundidade e uns assustadores 3 ou 4 metros de largura! Eh! Eh! Eh! <Photo13>
Os quilómetros seguintes foram passados com uma cautela redobrada, tri ou até quadriplicada – levou o seu tempo mas permitiu-me não estragar mais a mota. Pois, porque ainda não cheguei a referir que com a brincadeira das quedas, o roadbook foi logo para o galheiro (ena, ainda fiz 80 km com ele..ena, ena…), os plásticos e tampa do motor ficaram riscados e o deposito ligeiramente amolgado.
Ainda assim, a Baby Blue defendeu a sua honra de CB500 – a mota da guerra, e aguentou-se firme até ao final da viagem, sem ceder no que fosse.
O mesmo não aconteceu com a TDM da minha mãe – nem um quilometro depois de mim, atrapalhou-se de mesmo modo e também caiu. O pior foi que teve a pontaria de acertar numa pedra qualquer que estaria para lá enterrada, que fez um buraco na tampa da bomba do óleo, que começou a sair em jacto. Aí tudo valeu um pouco, desde fita cola a pastilha elástica para tentar vedar a fuga o suficiente até sairmos da terra para parar numa estação de serviço e tentar resolver o problema sem ter que mandar a mota para casa de reboque. Passámos mais um rio, desta vez um pouco maior, que já deu para molhar as canelas (o gozo que a experiencia na água me deu perante o sentimento de impotência das anteriores quedas quase me convenceu a optar por a seguir comprar uma mota de água, Eh! Eh! Eh!)
Findo o percurso off-road, chegámos a uma bomba de gasolina onde parámos para analisar o estrago da TDM. Ainda se enfiou para lá um parafuso o que deu azo a que se fizessem mais uns quilómetros até se encontrar um mecânico. Muito devagarinho lá fomos, por curvas em câmara-lenta (o pneu da TDM estava já cheio de óleo e corria o risco de escorregar), até chegarmos a Almodôvar. O Gustavo, que se tinha adiantado a nós para ir procurando um profissional das duas rodas, já tinha encontrado o sitio onde levámos a “paciente” vermelha a ser curada.
O mecânico estava a braços com um arranjo de uma outra mota do L-a-L, mas prontificou-se logo a resolver o problema, que não teria qualquer dificuldade. Com grande perícia “limpou e desinfectou a ferida”, para depois lhe aplicar uma massa de metal que em pouco tempo vedou a fuga. Maravilha!!! Só faltava colocar óleo na mota e tudo feito. Trouxe um gerrican de litro e encheu… e voltou a encher… e mais uma vez… e outra… pôs 4 litros de óleo na mota, perante o olhar algo desconfiado dos nossos elementos mais entendidos. Mas o mecânico era ele, lá haveria de saber o que estava a fazer.
Pago o “estrago”, decidimos que íamos saltar o percurso até ao local do almoço, Cuba, pois levávamos já duas horas de atraso. Mas foi pelo caminho que a TDM começou a deitar fumo e foi o fim da picada! Fosse por óleo a mais ou por outra razão qualquer, algo não estava bem e assim a mota não podia continuar!
Foram em vão aquelas horas perdidas, pois no final a vermelhinha acabou mesmo por ter de ir de casa em cima de um enlatado e a Paula ter de fazer o resto da viagem à pendura.
O ambiente ficou algo pesado, pois é sempre desagradável, ter aquela sensação de viagem estragada. Tivemos de nos conformar com a ideia, pois no fundo a viagem não ficava estragada, apenas ficava com contornos diferentes – e o mais importante é manter o espírito e não desistir!
Foi pena o tempo perdido pois com esse atraso tivemos de ir praticamente directos de Cuba para Vila Franca de Xira, sem passar pelo percurso de Benavente, que metia mais uma passagem a vau por um rio (o maior dos três) e outras surpresas numa paisagem que, já pude ver em fotografias, foi lindíssima.
Em Vila Franca voltámos a encontrar a caravana. Foi uma sensação boa, voltarmos a sentir-nos no sítio certo. Mas perante a existência de horários por cumprir e ainda uns bons quilómetros pela frente, pouco deu para mais do que apreciar a estrada e as curvas da Serra de Sintra, feitas já de noite. Chegámos ao palanque, no recinto da feira de S. Pedro de Sintra, com cerca de 1h de atraso, o que até não foi muito mau, visto que chegámos a estar 2h30 desfazados – de lamentar a 1ª etapa ter ficado com postos de controlo por picar. O jantar, adivinhem só o que foi… JARDINEIRA!!!!!! Ah! Ah! Ah!!!
Para terminar a etapa em grande, tivemos a agradável “visita” do Yellow e da Nennya, do Forum FZ, que foram felicitar a nossa chegada a Sintra com uma jolas bem fresquinhas.
A noite passada em casa soube muito bem e permitiu descansar melhor. E bem que precisámos pois a 2ª etapa foi de uma exigência que, apesar dos avisos da organização, mal dava para acreditar. Não por ter partes difíceis, não pelo estado do tempo, não pelas condições das estradas… mas pelas horas de condução que foram mais de 14h de Sintra ao Porto, sempre por serras carregadas de curvas.
E como é bom curvar! Deve ser o que maior prazer dá na condução em duas rodas; e como apaixonada pelas estradistas que sou, a perspectiva figurava-se ideal para deitar a Baby Blue. Mas estar 14h só a curvar, acreditem que é maçador.
Ainda antes de chegarmos a essa parte passámos mais um estradão. Este trazia já o aviso no roadbook: percurso com grandes regos. Mesmo assim decidimos fazê-lo e seguindo alguns conselhos úteis que entretanto me tinham já sido dados, consegui completar o caminho sem nenhum percalço. O mesmo não se pode dizer de uns companheiros do Forum FZ, que vinham mesmo atrás de mim e do Nuno, e que acabaram por cair e ainda fazer uns estragozinhos nas carenagens das suas Fazers. Mesmo assim, para não ficar atrás da vermelhinha, a TDM do Guilherme também quis dar o ar de sua graça e berrou a bateria.
Os “TDMianos” tiveram de nos deixar mais uma vez para procurar ajuda mecânica, desta vez estritamente da Yamaha, e lá foram em busca de uma nova bateria.
Muitos quilómetros de curvas depois, durante o almoço na Lousã, voltámos a juntar-nos. A nós juntou-se também o Gonçalo e a Rita, companheiros de equipa do Nuno, que na 1ª etapa tinham ficado a acompanhar uns amigos que entretanto tinham desistido e voltado para casa.
Foram quilómetros e quilómetros e quilómetros de curvas e mais curvas. Na opinião de muitos com quem nos cruzámos (e na nossa opinião), um exagero, pois tornou-se um percurso cansativo, maçador e exigente - era tão longo que não permitia que se fizessem paragens para apreciar a vista e tirar umas fotos.
Acabámos por chegar à última serra antes do Porto quando já escurecia e, em simultâneo, com um nevoeiro assustadoramente serrado – não se via meio metro a frente da mota. Não chegava a meter medo, pois a concentração para ver a mota da frente tinha de ser tal, que não deixava a mente livre para nada mais.
A vontade de chegar à Invicta era tal que decidimos saltar o ultimo posto de controlo e seguir directos da estrada de Entre-os-Rios para a Avenida dos Aliados.
À chegada a algazarra ainda era muita, pois a maior parte da caravana ainda estava a chegar, e a fila para o palanque fez-nos esperar ainda uma hora até recebermos o nosso diploma e estarmos dispensados para podermos ir jantar… adivinhem o quê?! Não, não era Jardineira!!! …mas podia ser! Eh! Eh! Eh!
Também aqui houve representação do Fórum FZ e assim que parámos em frente ao edifício da Câmara Municipal do Porto vi logo o ALF, que fez questão de nos informar de imediato que já tinham estado presentes outros elementos do Fórum, mas que entretanto e devido ao nosso atraso, já se tinhas ido embora.
Terminado este Lés-a-Lés, posso dizer que não tive até agora um que fosse mais ou menos difícil do que os outros.
Cada um teve a sua particularidade e é nisso que a organização prima, pois vai-nos dando a conhecer o nosso país de formar únicas, ano após ano.
O resultado é sempre positivo e aumenta sempre a vontade de viajar mais em duas rodas.
Como já referi sou e sempre fui apaixonada por estradistas, e até à pouco tempo estava completamente convencida que agora era a altura de eu ter uma “R”…mas o mototurismo anda a puxar cada vez com mais força e a vontade de ter uma mota mais versátil é cada vez maior.
Mas uma coisa é certa… seja na Baby Blue ou noutra Baby, para o ano hei-de estar lá de novo, pois Lés-a-Lés já ninguém me tira.
VG