Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Saltos Altos, Duas Rodas e M&Ms

Crónicas e reflexões da mãe, motard e mulher dos sete ofícios.

Crónicas e reflexões da mãe, motard e mulher dos sete ofícios.

30
Ago18

Era uma vez um complô

Vera

Mariana vê o pai a sair de mota. Quer esperar até ele arrancar e só depois se volta para ir para casa...

E então vira-se para mim e do alto dos seus quatro anos diz:

"O papá foi na mota dele para o trabalho. Amanhã eu posso andar na tua mota mamã? Assim o papá chega e eu vou na tua mota."

 

 

 

Sinto que estou a ser tramada no meio disto tudo...

22
Ago18

Montessori... Moda ou modo?

Vera

FB_IMG_1535803317284.jpg

 

Aqui há dias via num grupo um post sobre o tão na moda quarto Montessoriano. Perante a minha resposta, de fazer do método mais do que uma decoração, perguntaram-me que mais eu fazia além de ter montado um quarto Montessori à Mariana. Comecei a escrever e de repente parei. Mas não foi um bloqueio o que me deu...

 

Comecei por escrever como tinha na casa de banho um espelho acima do bidé, que foi o sitio que a Mariana começou por utilizar para lavar as mãos e os dentes, sozinha e tendo tudo ao seu alcance. Mas à

 

medida que quis amadurecer a ideia percebi o quão extensa teria de ser aquela resposta. Pois aquilo que caracteriza o método é, como acabei por responder, um estilo de vida e um modo de estar e educar. Hoje em dia faço-o sem pensar e instintivamente procuro que toda a rotina e "organização" (vá... No nosso caso é mais caos, o que não é nada Montessoriano da nossa parte) em que vivemos seja pensado também em função de um ser pequenino que por aqui anda e participa (e a caminho de serem dois). Há escadinhas junto de balcões... Gavetas com brinquedos em cada divisão... Comida e água acessível... Roupa da Mariana sempre à mão...

E foi com essa naturalidade que hoje apenas lhe disse: "Hoje vais ajudar-me a fazer uma sopa. Traz-me os legumes que achas que devemos usar." e cheia de si pegou no escadote, abriu a porta do frigorífico e começou a tirar as cenouras, os brócolos, couve, pimento (esse não pus na sopa mas aproveitei para temperar o jantar já que ela o levou). Ainda perguntou se íamos precisar de tomate e de ovos, e eu a medo também pedi uma courgette achando que ela não sabia o que era, mas que trouxe logo à primeira. Depois ainda me trouxe alho e cebola, a meu pedido. 

Olhei para o balcão e fiquei a pensar: "Bem, ao menos não é uma daquelas crianças que não sabe o que é um legume." e à medida que fui descascando cada um (e ela já ia roendo a cenoura que me exigiu de imediato) fui pensando nestes pequenos pormenores do dia a dia que tanto fazem a diferença..!

Preferimos uma birra potenciada pelo stress de tentar umas compras rápidas ou a participação dela a apanhar a lista de compras pelos corredores, ainda que isso leve mais tempo? (com o extra de ficar a conhecer o que come)

Preferimos despachar o banho e ter uma WC sem água no chão ou dar-lhe o tempo que precisa para brincar e aprender a lavar-se sozinha? (com o extra de nos dias de aperto já praticamente poder tomar o banho sozinha, por exemplo enquanto ao lado dou o banho ao irmão?)

Preferimos fazer tudo rápido por eles ou esperar que aprendam cada tarefa mesmo que depois exijam fazer tudo sozinhos e levem o triplo do tempo que nós levamos? (com o extra de nos aparecerem à frente já vestidos e prontos para sair de casa quando menos esperamos)

 

.... E aqui podia ficar eternamente a arranjar exemplos... São já 4 anos a "Montessorizar" com a Mariana, uns dias com mais surpresas do que outros (OK, acordar as 4h da manhã e a miúda estar a fazer torradas também não acontece todos os dias! )... Mas com a certeza de que se sente tal e qual como uma das coisas que primeiro aprendeu a dizer com todo o orgulho: "EU SOU CAPAZ!!!" ❤️❤️❤️❤️

 

#mãedeMMs #montessori #eusoucapaz #educaçãoconsciente

 

 

18
Ago18

Há quatro anos mãe...

Vera

IMG_20180818_114359.jpg

 Há dez anos quando comecei a trabalhar como educadora perguntavam-me com frequência, no contexto do meu trabalho, se eu era mãe. Na altura não compreendia e até me sentia algo ofendida por essa questão, como se colocassem em causa a qualidade do meu trabalho por ter ou não ter filhos.

Hoje não podia sentir mais empatia por quem me colocava essas questões. Porque ser mãe transforma-nos!

Faz hoje quatro anos que fui mãe da Mariana. E foi desde aí e com ela que me transformei numa pessoa melhor! Mais tolerante, mais paciente, mais apaixonada, mais perseverante, mais ambiciosa... Tornei-me por ela numa mãe ainda melhor para o irmão dela e ela tornou-se na melhor mana mais velha que o Miguel podia ter.

 

Obrigada filha, por me teres transformado numa Mãe! E ainda mais obrigada por me teres escolhido para tua Mãe!!!! ❤️❤️❤️

13
Ago18

Ninguem disse que era fácil, mas não custa tentar...

Vera

Há seis anos eu lançava-me numa das maiores aventuras da minha vida...

Com apenas 25 anos agarrei uma oportunidade que me surgiu de repente e sobre a qual tive apenas dias para decidir se arriscava ou não...

Não...

Não vos estou a falar na Oriflame.

Ha seis anos atrás e com apenas 25 anos eu decidi agarrar numa creche que tinha acabado de avisar os pais todos que dali a 3 semanas em Setembro, já não iria abrir. E eu decidi que ia abrir sim!!!

Foram 3 semanas apenas em que tive de voltar a relembrar tudo sobre o que era a rotina, não de uma sala de creche mas de toda uma escola, após alguns anos afastada da área. Apenas 3 semanas para tentar falar com algumas das famílias das quais tinha por milagre conseguido o contacto para tentar que ainda ficassem ali. E a maioria já tinha arranjado escola...

Abri dia 3 de Setembro a Escolinha da Kika com apenas 4 crianças. E assim foi no primeiro mês... Semana a semana a escola ia crescendo um pouquinho mais - fosse em novas crianças, em novas funcionárias, em formações, em novas e melhores condições... Nesse ano letivo terminamos já com cerca de 20 crianças inscritas.

Fomos crescendo e aprendendo... Definimos cada vez melhor o que éramos e o que queríamos. Construí a escola dos meus sonhos e à imagem daquilo que sempre acreditei ser o ideal.

As vagas começaram a ficar preenchidas cada vez mais cedo de um ano para o outro. As listas de espera foram aumentando... Apenas 3 anos depois a escola tinha já a lotação completa e o processo de licenciamento que anteriormente ninguém se interessou por concluir ficou feito! 

Começamos a ser procurados por famílias que vinham de cada vez mais longe porque faziam questão de ter ali os seus filhos. Atraímos por mais do que uma vez e mais do que um motivo a comunicação social... Começamos a ser recomendados por profissionais de saúde, por outras escolas e, principalmente, por muitas famílias!

Temas como amamentação, comida saudável, baby led weaning, respeito pelo ritmo da criança, baby wearing, inclusão da família na vida escolar, disciplina positiva, educação consciente... Passaram a ser temas que nos definem. E definem tão bem!!!!

 

Hoje olho para tudo aquilo que construí e sinto um orgulho e realização enormes!!!

 

E tudo porque naquele momento, há seis anos e com apenas 25 anos, não tive medo e arrisquei!!! E se não o tivesse feito?

01
Ago18

O outro lado da barricada

Vera

Screenshot_20180901_121932.jpg

 

Sou CAM mas também sou mãe.

 Às vezes é um papel injusto pq quero ser só uma delas em certas ocasiões. E por isso venho partilhar uma situação que tem sido objeto de alguma apreensão e so em casos pontuais tenho partilhado com outras mães. Mas a verdade é que como mãe já começava a ficar um pouco ansiosa... 

 

Este an irei viajar para a Tailândia para finais de Setembro e por isso tenho estado a fazer stock de LM.

Após as seis semanas recomendadas experimentei o biberão. Vá-se lá entender porquê, apesar de não aceitar chucha, o Migui mamou logo sem problema no biberão e isso deixou-me descansada. Até que o deixei pela primeira vez com a minha mãe e ao fim de umas horas me liga a dizer que ele não mama no biberão. E foram várias as tentativas após isso mas sem sucesso.

Como CAM conheço várias alternativas que comecei a ponderar: colher, finger feeding, copinho... Mas como há sempre aquela cisma com o biberão sentia-me ansiosa e pressionada para conseguir que ele conseguisse apesar de sempre achar o finger feeding a opção mais fácil para ele - excepto na parte de conseguir encontrar sondas que é o mais difícil. Fui então pedir ajuda a uma das minhas formadoras que me sugeriu antes disso tentar a técnica da colher mas usando um colher-biberão.

A primeira experiência foi péssima. O leite jorrava do biberão para a colher, depois caia sobre ele... Ele engasgava-se e chorava, o pai estava mega ansioso... Todo um drama! 

Voltamos a tentar biberão, que foi um drama ainda maior.

Até que desisti e pensei tentar de novo após as férias. Em conversa com a minha Doula ela lembrou-me das coisas que eu digo aos pais quando vão por os bebés no berçário... Que não stressem por antecipação pois eles crescem muito rápido e mudam. Assim interiorizei.

Hoje do nada estava ele muito tranquilo e eu também, senti que tínhamos o ambiente propício a uma nova experiência. Optei por colocar na expreguicadeira (outro erro anterior foi ele estar sempre ao colo) e com calma e muita conversa lá fui oferecendo. A ideia era só experimentar para que ele se pudesse ir acostumando. Mas numa sensação de conta gotas, em pouco tempo foram os 50ml que eu tinha colocado! 

 

Fica assim o testemunho para as mães que possam estar receosas por eles não aceitarem biberão. Há mesmo várias alternativas e mesmo que não funcione à primeira poderemos sempre tentar de novo e com mais tranquilidade!

 

Sinto-me de certo modo grata por ter passado por esta experiência pois trouxe-me maior empatia por quem me procura pelos mesmos motivos. Poder sugerir alternativas por conhecer a teoria mas também pela prática e no papel de mãe será com toda a certeza muito mais realista a parti de hoje! ❤️❤️❤️

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2015
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2014
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2013
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2012
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2011
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2010
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub